sábado, 2 de junho de 2018

MORGUE - António Osório

MORGUE

Um rosto quase de criança,
robustas mãos de operário.


Calmo sobre a pedra.
Náufrago dormindo.


Esses abutres que rasgam,
medem, pesam
e escrevinham,
não registam
o sangue
já enegrecido,
nem a mortal,
a fétida exalação.



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