PAÍS DE SONOLÊNCIA
É corpo mutilado.
Eis o pesado país
da indolência, ó Suiça,
sobre as atividades.
País de sonolência
esmagado pela beleza.
Ó meu país mais belo
que os países sonhados.
País como um zero
de solidão, vivemos
nós próprios como zeros.
Pesado país de impotência
e de gelo e país
de sofrimento mortal
onde nada, jamais, é dito.
País onde a palavra
se abate e se destrói.
País de mil gritos
sob um profundo de silêncio
absolutamente maldito.
País onde tudo se compõe,
e nada nos une.
(Corps Mutilé: Lausanne, 1962)
PAYS DE SOMNOLENCE
C’est le corps mutilé.
Voici le lourd pays
de l’indolence, ô Suisse,
sous les activités.
Pays de somnolence
écrasé de beauté.
Ô mon pays plus beau
que les pays rêvés.
Pays comme un zéro
de solitude,
on vit
comme un zéro soi-même.
Lourd pays d’impuissance
et de gel
et pays
de souffrance mortelle
où rien, jamais, n’est dit.
Pays où la parole
s’enlise et se détruit.
Pays de mille cris
sur un fond de silence
absolument maudit.
Pays où tout s’arrange
où rien ne nous unit.
Georges Haldas
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