A Besta
De que tempo somos, agora
que a tempestade sopra de novo
e ao céu sobe este monte de ruínas
que a tempestade sopra de novo
e ao céu sobe este monte de ruínas
devastação anoitecendo o mundo
tenta lembrar-te de que lado
veio um dia o alerta, de que armário
saiu este cortejo de sombras
onde se gravou o que a história
veio um dia o alerta, de que armário
saiu este cortejo de sombras
onde se gravou o que a história
deixou escapar, nas malhas do mito
para de novo retornar
a besta silenciosa, a que vigia
sem que as pálpebras lhe desçam
uma única vez. Silente
a besta silenciosa, a que vigia
sem que as pálpebras lhe desçam
uma única vez. Silente
talvez estivéssemos nós, os do Sul,
embriagados pela torpeza do metal
e por isso ela moveu-se devagar
como se fosse cinza na minha memória
embriagados pela torpeza do metal
e por isso ela moveu-se devagar
como se fosse cinza na minha memória
MJC, «Do Ínfimo», Editado pela editora
Penalux, Brasil, 2018.
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