CAFÉ DO GELO
A José Sebag
Regresso ao velho café
aqui ainda se lê sob o olhar do gerente
nas mesas de mármore negro há desenhos muito antigos
à sombra do açucareiro metálico e das moscas
que pousam em citadino rebanho sobre a chávena fria
era um tempo feliz e de esperança e nervos
um tempo de impaciência e sonhos os mais loucos
perto e longe como as miragens extremas
nos extremos desertos da ausência
a chávena de louça
com aresta verde
um bordo minado por dentes
de cariátides precoces
um resto de batôn sabe-se lá que triste
ao centro a lengalenga dos construtores de prédios
e a passagem volátil dos pederastas
pelos flocos de chantilly
era uma outra luz um outro movimento dos espelhos
noites para sair ao longo dos passeios molhados
a ver junto das calhas dos eléctricos
as faíscas azuis e brancas da soldadura autogénia
manipulada por homens de rosto fechado por máscaras
obrigados a debruçarem-se para as raízes dos prédios
regresso ao velho café e as suas novas galas
um fio de trepadeiras sobe pelas escadas
ao cimo as frigideiras de barro estrugem com o bife e o louro
regresso ao velho café com pessoas sentadas
com almas sentadas e o criado velho
chorando as coisas passadas atrás dos bastidores.
aqui ainda se lê sob o olhar do gerente
nas mesas de mármore negro há desenhos muito antigos
à sombra do açucareiro metálico e das moscas
que pousam em citadino rebanho sobre a chávena fria
era um tempo feliz e de esperança e nervos
um tempo de impaciência e sonhos os mais loucos
perto e longe como as miragens extremas
nos extremos desertos da ausência
a chávena de louça
com aresta verde
um bordo minado por dentes
de cariátides precoces
um resto de batôn sabe-se lá que triste
ao centro a lengalenga dos construtores de prédios
e a passagem volátil dos pederastas
pelos flocos de chantilly
era uma outra luz um outro movimento dos espelhos
noites para sair ao longo dos passeios molhados
a ver junto das calhas dos eléctricos
as faíscas azuis e brancas da soldadura autogénia
manipulada por homens de rosto fechado por máscaras
obrigados a debruçarem-se para as raízes dos prédios
regresso ao velho café e as suas novas galas
um fio de trepadeiras sobe pelas escadas
ao cimo as frigideiras de barro estrugem com o bife e o louro
regresso ao velho café com pessoas sentadas
com almas sentadas e o criado velho
chorando as coisas passadas atrás dos bastidores.
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