Auto-retrato
A angústia da inércia
a idade tece-a?
Mar amarrado
a areias de desterro
os lábios guardam
marés de ferro.
Vento da tarde
onde o sol esfria
os olhos ardem
lumes de alegria.
Água quieta
sob o limo mansa
a alma projecta
o peixe da esperança.
A coragem da inércia
a liberdade tece-a!
Para a Nela: um boneco e
um poema para lhe agradecer as suas delicadezas. 13-5-[1967] In PAPÉIS DA PRISÃO APONTAMENTOS DIÁRIOS, CORRESPONDÊNCIA (1962-1971)
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