Casa
A luz de
carbureto
que ferve no
gasómetro do pátio
e envolve
este soneto
num cheiro de
laranjas com sulfato
(as asas
pantanosas dos insectos
reflectidas
nos olhos, no olfacto,
a febre a
consumir o meu retrato,
a ameaçar os
tectos
da casa que
também adoecia
ao contágio
da lama
e enfim
morria
nos alicerces
como numa cama)
a pedregosa
luz da poesia
que
reconstrói a casa, chama a chama.
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