sábado, 3 de março de 2018

ESTRADA NACIONAL - Manuel Silva-Terra

ESTRADA NACIONAL

Lixo na berma da estrada
são as flores venenosas
da civilização


Um dia voltarás

Os painéis publicitários
terão caído de podres
as placas estarão cobertas
de hera
as raízes das árvores estilhaçam
o asfalto

o ruído dos motores
substituído pelo silêncio


É esta a revolução
a que não poderás faltar


[in O que sobra, Casa do Sul, 2008]

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