MEUS
IRMÃOS...
Meus irmãos
É preciso atrelar os nossos poemas
à charrua do boi magro
É preciso que este se enterre até aos joelhos
na vaza dos arrozais
É preciso que eles façam todas as perguntas
É preciso que recolham toda a luz
É preciso que os nossos poemas como marcos milenários
balizem as estradas
É preciso que sejam o sinal a anunciar a aproximação do adversário
É preciso que batam tambores na selva
E enquanto na terra houver um único país ou
um único homem escravo
E enquanto no céu restar nem que seja uma única nuvem atómica
É preciso que os nossos poemas dêem tudo por tudo,
corpo e alma,
para a grande liberdade.
Nâzim
Hikmet
terça-feira, 5 de agosto de 2025
MEUS IRMÃOS... - Nâzim Hikmet
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