HINO E
REGRESSO
Pátria, pátria minha, a ti regressa meu sangue.
Mas peço-te, como o filho em pranto
pede à mãe:
Acolhe
esta guitarra cega
e esta fronte perdida.
Saí a procurar-te filhos pela terra,
saí a erguer vencidos com teu nome de neve,
saí a erguer uma casa de madeira pura
e a levar tua estrela aos heróis feridos.
Agora quero dormir na tua substância.
Dá-me uma clara noite de cordas penetrantes,
a tua noite de navio, altura de estrelas.
Pátria minha: quero mudar de sombra,
Pátria minha: quero trocar de rosa.
Quero pôr o braço na tua frágil cintura
e sentar-me nas tuas pedras calcinadas pelo mar
para deter o trigo e olhá-lo por dentro.
Vou escolher a flora delgada do nitrato,
vou fiar o estambre glacial do sino
e olhando a tua ilustre e solitária espuma
tecerei à tua beleza um ramo litoral.
Pátria, pátria minha,
rodeada de água combatente
e neve combatida,
em ti a águia junta-se ao enxofre
e na tua antárctica mão de arminho e de safira
uma gota de pura luz humana
brilha incendiando o céu inimigo.
Guarda a tua luz, oh pátria!, mantém
a dura espiga de esperança no meio
do cego ar temível.
Na tua remota terra caiu toda esta luz difícil,
este destino de homens,
que te faz defender uma flor misteriosa,
só, na imensidade da América adormecida
Pátria, pátria minha, a ti regressa meu sangue.
Mas peço-te, como o filho em pranto
pede à mãe:
Acolhe
esta guitarra cega
e esta fronte perdida.
Saí a procurar-te filhos pela terra,
saí a erguer vencidos com teu nome de neve,
saí a erguer uma casa de madeira pura
e a levar tua estrela aos heróis feridos.
Agora quero dormir na tua substância.
Dá-me uma clara noite de cordas penetrantes,
a tua noite de navio, altura de estrelas.
Pátria minha: quero mudar de sombra,
Pátria minha: quero trocar de rosa.
Quero pôr o braço na tua frágil cintura
e sentar-me nas tuas pedras calcinadas pelo mar
para deter o trigo e olhá-lo por dentro.
Vou escolher a flora delgada do nitrato,
vou fiar o estambre glacial do sino
e olhando a tua ilustre e solitária espuma
tecerei à tua beleza um ramo litoral.
Pátria, pátria minha,
rodeada de água combatente
e neve combatida,
em ti a águia junta-se ao enxofre
e na tua antárctica mão de arminho e de safira
uma gota de pura luz humana
brilha incendiando o céu inimigo.
Guarda a tua luz, oh pátria!, mantém
a dura espiga de esperança no meio
do cego ar temível.
Na tua remota terra caiu toda esta luz difícil,
este destino de homens,
que te faz defender uma flor misteriosa,
só, na imensidade da América adormecida
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