ILHA
Tu vives — mãe adormecida —
nua e esquecida,
seca,
fustigada pelos ventos,
ao som de músicas
sem música
das águas que
nos prendem…
Ilha:
teus montes e teus vales
não sentiram passar os tempos
e ficaram no mundo dos teus sonhos
— os sonhos dos teus filhos —
a clamar aos ventos
que passam,
e às aves que
voam, livres,
as tuas ânsias!
Ilha:
colina sem fim de terra vermelha
— terra dura
—
rochas escarpadas tapando os horizontes,
mas aos quatro ventos
prendendo as nossas ânsias!
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