POETURA
— ii
(CARAVAGGIO — ii)
(CARAVAGGIO — ii)
POEMA DE QUINTA-FEIRA
SANTA
CROCODILOS DANÇAM
CROCODILOS DANÇAM
Quando os nossos amigos se sentam
À mesa dos nossos inimigos
Enquanto avançamos com tanta dificuldade
Pois se Deus partiu rodeado dos anjos e das suas espadas
E nem nos deixou uma concha de luz que se pudesse beber
Com tanta dificuldade e a água barrenta pela cintura
A passos lentos sobre a areia mole
Quando os nossos amigos se sentam
À mesa dos nossos inimigos
Pré-históricos crocodilos dançam
Imensos de sangue frio e os dentes
Cheios do riso de quem nos vai comer
Dançam contentes para depois bem chorar:
Gosto tanto dele é tão bom faz tão bem
E nós surpreendidos no estômago da besta
Pequenos demais deglutidos trabalhados a ácidos
Ainda perguntamos
Inimigos eu traição porquê se um grão é nada
Um grão é nada apenas se não for semente
À mesa dos nossos inimigos
Enquanto avançamos com tanta dificuldade
Pois se Deus partiu rodeado dos anjos e das suas espadas
E nem nos deixou uma concha de luz que se pudesse beber
Com tanta dificuldade e a água barrenta pela cintura
A passos lentos sobre a areia mole
Quando os nossos amigos se sentam
À mesa dos nossos inimigos
Pré-históricos crocodilos dançam
Imensos de sangue frio e os dentes
Cheios do riso de quem nos vai comer
Dançam contentes para depois bem chorar:
Gosto tanto dele é tão bom faz tão bem
E nós surpreendidos no estômago da besta
Pequenos demais deglutidos trabalhados a ácidos
Ainda perguntamos
Inimigos eu traição porquê se um grão é nada
Um grão é nada apenas se não for semente
(publicado por
Eugénia de Vasconcellos)
(nota: não consegui confirmar o autor)
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