O ÚLTIMO DA SUA TRIBO
A mudança é a lei. O novo deve expulsar o
velho.
Olho-te e recordo o tempo passado,
O último do teu clã.
Ficaste só com as tuas recordações, sentas-te
E pensas na multidão alegre, e o povo feliz,
As vozes e as risadas
Desapareceram todos, todos…
E estás só.
Perguntei-te e deixaste-me ouvir
A suave língua cheia de vogais, escutada
agora
Nunca mais representas velhas cenas
Para mim, os modos antigos, tu que usaste
Boomerang e lança.
Tu, cantor de antigas baladas tribais,
Tu, líder uma vez no corroboree*
Tu, duas vezes em ferozes batalhas tribais
Com obscuros inimigos selvagens do outro lado
do rio,
Desapareceram todos, todos. E sinto
O repentino ardor das lágrimas. Willie Mackenzie
No Albergue do Exército de Salvação.
Um deslocado no teu próprio país.
Solitário entre as transbordantes multidões
da
cidade.
O último da tua tribo.
(* corroboree: celebração em que os
oborígenes australianos comunicam com o Tempo do Sonho através da dança e da
música.)
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