Surge et Ambula*
Dormes!
e o mundo marcha, ó pátria do mistério.
Dormes! e o mundo rola, o mundo vai seguindo...
O progresso caminha ao alto de um hemisfério
E tu dormes no outro sono o sono do teu infindo...
A selva faz de ti sinistro eremitério,
onde sozinha, à noite, a fera anda rugindo...
Lança-te o Tempo ao rosto estranho vitupério
E tu, ao Tempo alheia, ó África, dormindo...
Desperta. Já no alto adejam corvos
Ansiosos de cair e de beber aos sorvos
Teu sangue ainda quente, em carne sonâmbula...
Desperta. O teu dormir já foi mais que terreno...
Ouve a Voz do teu Progresso, este outro Nazareno
Que a mão te estende e diz-te: - África, surge et ambula!
Quando o Poeta "sacode" esse mundo e lhe
grita que desperte é ainda porque:
...no alto adejam corvos
Ansiosos de cair e de beber em sorvos
Teu sangue ainda quente, em carne sonâmbula...
Dormes! e o mundo rola, o mundo vai seguindo...
O progresso caminha ao alto de um hemisfério
E tu dormes no outro sono o sono do teu infindo...
A selva faz de ti sinistro eremitério,
onde sozinha, à noite, a fera anda rugindo...
Lança-te o Tempo ao rosto estranho vitupério
E tu, ao Tempo alheia, ó África, dormindo...
Desperta. Já no alto adejam corvos
Ansiosos de cair e de beber aos sorvos
Teu sangue ainda quente, em carne sonâmbula...
Desperta. O teu dormir já foi mais que terreno...
Ouve a Voz do teu Progresso, este outro Nazareno
Que a mão te estende e diz-te: - África, surge et ambula!
Quando o Poeta "sacode" esse mundo e lhe
grita que desperte é ainda porque:
...no alto adejam corvos
Ansiosos de cair e de beber em sorvos
Teu sangue ainda quente, em carne sonâmbula...
*"ergue-te e anda”
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