sábado, 26 de janeiro de 2019

Poemas Do Cárcere - Ho Chi Minh


Poemas Do Cárcere - Ho Chi Minh

A Poesia na Revolução

“Mais a luta endurece, mais os vietnamitas necessitam de poesia. Necessitam da poesia como de um pouco de arroz”.
Aproxima-se a primavera e componho este poema para meus compatriotas do país inteiro.

Que combatam a agressão americana
E novas vitórias
Como flores desabrochem.

O estadista, que formulou nesta saudação para o Ano Novo de 1967, é o mesmo guerrilheiro que nas florestas de Cao Bang, escrevia:

Vozes das fontes claras: canção longínqua.
A lua penetra a árvore secular.
O vento penetra as flores.
A paisagem noturna desenha-se como um quadro.
O homem dorme.
Ele pensa e repensa em sua pátria, angustiado.
Nosso país atravessa duros momentos.
Precisamos meditar em centenas e milhares de tarefas.
Os negócios de Estados, irmos, apoiam-se sobre vossos esforços,
Esforços maiores ainda.
Maior vitória.

Eu leio e o pássaro das florestas vem gemer diante de minha porta.
Escrevo minhas ideias sobre o livro
E as flores das montanhas miram-se no tinteiro.
Chegam-me notícias de vitórias.
O mensageiro esta para vir.
Recordo-me de ti e lhe ofereço estes versos.

POEMAS DO CÁRCERE
(CARNET DE PRISON- traduit par Phan Nhuam)

Autor: Ho Chi Minh
Tradução de Coema Simões e Moniz Bandeira
Gráfica Editora Laermmer S.A
Rio de Janeiro – Guanabara 1968

O conteúdo dos Poemas do Cárcere traduz, assim, toda a filosofia de comportamento não só de Ho Chi Minh, mas, do povo vietnamita, que combate e ele simboliza.

A poesia integra o cotidiano do Vietnam.

Ho Chi Minh, frequentemente, escreve mensagem ou termina seus discursos em versos. A poesia, nele, não representa uma forma de fugir a vida, mas uma forma de enfrenta-la.

Os Poemas do Cárcere mostram que nada é mais precioso para ele do que a independência e a dignidade. E, pela sua voz, fala todo o povo do Vietnam.

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