Uma menina
Quereríamos
talvez
falar dos peixes e das redes,
de um veleiro ao largo de Gaza,
falar de trigo, de figos e pistácios
e até dos cardos sábios.
falar dos peixes e das redes,
de um veleiro ao largo de Gaza,
falar de trigo, de figos e pistácios
e até dos cardos sábios.
Quereríamos
talvez
falar de alperces, de azeitonas,
de palmeiras e folhas de oliveira,
falar de pomares de laranjeiras,
do fino e peregrino império da água.
falar de alperces, de azeitonas,
de palmeiras e folhas de oliveira,
falar de pomares de laranjeiras,
do fino e peregrino império da água.
Quereríamos
talvez
falar da escola, do mercado,
do hospital, da oficina,
falar de praças, de templos, de jardins,
de um porto de mar.
falar da escola, do mercado,
do hospital, da oficina,
falar de praças, de templos, de jardins,
de um porto de mar.
Mas só
nos resta aprender com uma menina,
esta menina com seus seios em botão,
que chega dos confins da memória
e crava uma bandeira rubra e preta, branca e verde
num montículo de pedras e poeira.
esta menina com seus seios em botão,
que chega dos confins da memória
e crava uma bandeira rubra e preta, branca e verde
num montículo de pedras e poeira.
in A
quem pertence a linha do horizonte,
caderno
inédito, 2000/2018
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