2 DE
DEZEMBRO DE 1967
Na madrugada do dia 2 de Dezembro de
1967
começou a grande tristeza de minha mãe. Ainda
Neil Amstrong não pisara a lua, nem meu pai
gozava salário de gente, tão pouco conhecia
o rosto à liberdade
[no meu país – diziam estrangeiros – os utópicos
viviam sob silêncio, masmorra e nó]
Enfim, marcou-me a data
por ser esse o dia da morte de minha avó.
Ao contrário de meus filhos nasci em escuridão,
como meus pais, como o meu país, mas apesar
da tristeza de minha mãe e do salário de meu pai,
de minha avó herdei uma lição: nenhum tirano
mata a poesia ou proíbe um aperto de mão.
começou a grande tristeza de minha mãe. Ainda
Neil Amstrong não pisara a lua, nem meu pai
gozava salário de gente, tão pouco conhecia
o rosto à liberdade
[no meu país – diziam estrangeiros – os utópicos
viviam sob silêncio, masmorra e nó]
Enfim, marcou-me a data
por ser esse o dia da morte de minha avó.
Ao contrário de meus filhos nasci em escuridão,
como meus pais, como o meu país, mas apesar
da tristeza de minha mãe e do salário de meu pai,
de minha avó herdei uma lição: nenhum tirano
mata a poesia ou proíbe um aperto de mão.
In, Os Limos do Verbo, 2005
Sem comentários:
Enviar um comentário