Natal e os Jesus de todos os dias
«Que
quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...» *
Augusto Gil
São refugiados, Meninos Jesus que o imperialismo diariamente fabrica, meninos menos meninos que o outro tão venerado, talvez Maria, a mãe deste meu Jesus, de olhos postos no infinito perscruta o milagre que a liberte da guerra provocada pela ganância desse super-Herodes hoje denominado neoliberalismo.
*Nos manuais escolares fascistas, esta quadra do poema de Augusto Gil foi amputada do original.
Natal
Leio o teu nome
Na página da noite:
Menino Deus...
E fico a meditar
No milagre dobrado
De ser Deus e menino.
Em Deus não acredito.
Mas de ti como posso duvidar?
Todos os dias nascem
Meninos pobres em currais de gado.
Crianças que são ânsias alargadas
De horizontes pequenos.
Humanas alvoradas...
A divindade é o menos.
Miguel Torga
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