Três leituras de um inédito de Alberto
Caeiro
Gosto do céu porque não creio que ele seja infinito.
Que pode ter comigo o que não começa nem acaba?
Não creio no infinito, não creio na eternidade.
Creio que o espaço começa algures e algures acaba
E que longe e atrás disso há absolutamente nada.
Creio que o tempo tem um princípio e terá um fim,
E que antes e depois disso não havia tempo.
Por que há-de ser isto falso? Falso é falar de infinitos
Como se
soubéssemos o que são de os
podermos entender.
Não: tudo é uma quantidade de cousas.
Tudo é definido, tudo é limitado,
tudo é cousas.
(Proposta de Richard
Zenith)
Gosto do céu porque não creio que ele seja infinito.
Que pode ter comigo o que não começa nem acaba?
Não creio no infinito, não creio na eternidade.
Creio que o espaço começa numa parte e numa parte acaba
E que agora e antes d’isso ha absolutamente nada.
Creio que o tempo tem um princípio e tem um fim,
E que antes e depois disso não havia tempo.
Porque ha de ser isto falso? Falso é falar de
infinitos
Como se
soubéssemos o que são de os
podermos entender.
Não: tudo é uma quantidade de cousas.
Tudo é definido, tudo é limitado,
tudo é cousas.
(Transcrição de Jerónimo
Pizarro)
Gosto do céu porque não creio que elle seja infinito.
Que pode ter comigo o que não começa nem acaba?
Não creio no infinito, não creio na eternidade.
Creio que o espaço começa aqui e aqui acaba
E que longe e atrás d’isso há absolutamente nada.
Creio que o tempo tem um princípio e terá um fim,
E que antes e depois disso não houve tempo.
Porque há-de ser isto falso? Falso é falar de infinito
Como se
soubéssemos o que só de ver podemos entender.
Não: tudo é uma partida de cousas.
Tudo é definido, tudo é limitado,
tudo é cousas.
(transcrição de Maria do
Céu Estibeira)
Alberto
Caeiro
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