segunda-feira, 3 de maio de 2021

3 de maio, faria hoje cem anos, “O Comum da terra”

Toda a fina flor do entulho socialmente mais asquerosa, capitaneada por Mário Soares e Carlucci, e o ódio visceral que vertem e continuam destilando contra Vasco Gonçalves, são por si só um elevado galardão. Ter o mérito de ser execrado pela matilha de corruptos, latifundiários e a direita revanchista, com Mário Soares como porta-bandeira e promotor de banqueiros entre os quais o DDT (dono disto tudo) e defensor acérrimo de Sócrates um dos maiores crápulas da nossa história, são referências para atestar qualquer honorabilidade.

MAS

Adorado pelo Povo

Cantado pela nossa melhor intelectualidade, eis o homem vertical e impoluto:

O COMUM DA TERRA

"a Vasco Gonçalves”

Nesses dias era sílaba a sílaba que chegavas.
Quem conheça o sul e a sua transparência
também sabe que no verão pelas veredas
da cal a crispação da sombra caminha devagar.
De tanta palavra que disseste algumas
se perdiam, outras duram ainda, são lume
breve arado ceia de pobre roupa remendada.
Habitavas a terra, o comum da terra, e a paixão
era morada e instrumento de alegria.
Esse eras tu: inclinação da água. Na margem
vento areias lábios, tudo ardia.
"

Eugénio de Andrade

14/5/76, in Companheiro Vasco, Inova, Set. 1977

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