Abril nos dedos
As canções estão tão sozinhas
como nós: amigo, povo, vila morena
são agora memória e urgência
nesta escarpa de jugo simulando probidade.
Tudo se perde, nada se transforma, é
imenso
e escuro o inverno que tememos aí vir:
ao ódio sucede o ódio sucede o ódio,
a palavra mais solitária do mundo.
Não nos peçam que saibamos respirar
se o lodo nos tapar o coração. Á cautela,
guardemos um bolso de trevos, abril nos
dedos
e um grito de atalaia para serrar a noite.
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