"A esperança das estações"
PRIMAVERA
Chegou Abril de novo,
tristemente, que a Terra vai cansada de ter flores... Mas sinto até na
primavera ausente a primavera humana destas dores!
ESTIO
Porque trazes, também,
a luz da esperança? Que véu de fogo nos teus ombros arde? Acha de sol no frio das
crianças, chama da Terra no cair da tarde...
OUTONO
Se eras a flor da
morte, em oiro velho,
que António Nobre foi
colher na haste,
donde te veio este
fulgor vermelho
que aos seus olhos
tristíssimos negaste?
INVERNO
Anoiteceu nos poetas,
noite e cruz
da solidão que a todos
nos desterra.
Ó cegos dos abismos,
inda há luz
nos homens simples,
esse luar da Terra!
38 - Uma das composições que melhor
ilustram este princípio é "A esperança das estações" (Terrade
Harmonia, pp. 56-7) de que apenas sobreviverá o terceiro poema em Trabalho
Poético:
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