sexta-feira, 26 de abril de 2019

Um Jovem Camarada - Alberto de Serpa

Um Jovem Camarada



Meu Camarada moço,
— Lidos os teus poemas,
Dizer-te que não temas
Dar-lhes fogo, a morte, o esquecimento,

 

Se queres a Poesia, vai para ela
Puro, desnudo, de ímpeto violento,
Como para a mulher
Em que parou teu sonho, — se és o seu.

Vai, como ela te quer.
 

Mas se outra chama inflama o teu amor,
se outro sonho tão belo te rendeu,
Tem a coragem nobre de depor
Os versos que não são teu instrumento.
Toma outras armas mais condizentes.

 

Não, a Poesia não a violentes!
Deixa os versos ao vento ...

 
Alberto de Serpa

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