segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

O Filho do Homem - Vinícius de Moraes



O Filho do Homem


O mundo parou
A estrela morreu
No fundo da treva
O infante nasceu.

Nasceu num estábulo
Pequeno e singelo
Com boi e charrua
Com foice e martelo
 
Ao lado do infante
O homem e a mulher
Uma tal Maria
Um José qualquer.

A noite o fez negro
Fogo o avermelhou
A aurora nascente
Todo o amarelou.

O dia o fez branco
Branco como a luz
À falta de um nome
Chamou-se Jesus.

Jesus pequenino
Filho natural
Ergue-te, menino
É triste o Natal.




 

1 comentário:

Janita disse...

Gostei bastante deste bonito poema de Vinicius, que não conhecia.
Também começo a encarar o Natal com alguma tristeza.
Tantas luzes e fartura a par com tanta dor, breu e tristeza.
É preciso que o Menino se erga e renasça e mude tudo, tudo...