quinta-feira, 7 de maio de 2020

O Mestre-sala dos Mares - João Bosco/Aldir Blanc



O Mestre-sala dos Mares.

Aldir Blanc

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu.
Conhecido como o navegante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala.
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas.
Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que, a exemplo do feiticeiro, gritava então:
Glória aos piratas
Às mulatas, às sereias.
Glória à farofa
à cachaça, às baleias.
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história não esquecemos jamais.
Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais.
Mas salve.
Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais.
Mas faz muito tempo.


Sem comentários: