RESSONÂNCIAS
A madrugada chegou ainda
era noite
e abriu as pálpebras para
a liberdade.
Às janelas assomaram os
primeiros rostos
visitando o bulício da
rua
que encheu subitamente
o sangue de novidade.
E depois a manhã por
inteiro veio
- do resto da noite
ocular –
transformar-se em caule
que alimentará o tempo a
vir
e muitas canções.
E vou,
que a calçada é agora
as sobras de duas noites
onde, sem esforço, escolho uma:
a mais breve e nítida
como o fim de um clarão.
E já no centro da praça
- que é mais carne que pedras –
dou o primeiro beijo sem medo
apenas corpo para outro dia
em liberdade
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