Se
eu devo morrer
Se eu devo morrer
Tu deves viver
Para contar minha história
Para vender meus trastes
Para comprar um pedaço de pano
E também umas cordas
(Uma pano branco com uma cauda
que alongaste)
De modo que uma criança, em
algum lugar de Gaza,
Que tenha o céu no centro de seu
olhar,
Esperando pelo pai que se foi num
arder de fogaréu,
Sem se despedir de ninguém,
Sequer de seu corpo,
Sequer de si mesmo,
Que ele veja este teu pássaro
voador bem no alto,
Que pense por um momento que lá
voa um anjo,
Trazendo o amor de volta.
Se eu devo morrer,
Que tal fado traga esperança,
Que se transforme numa história.
(O último poema que
escreveu, Casado,
Alareer deixou
esposa e seis filhos.)
Sem comentários:
Enviar um comentário