Non mi lasciare solo
Não
me deixes só
Ouve-me,
falo-te esta noite
e parece-me falar ao mundo.
Quero dizer-te que não me deixes só
nesta estrada longa sem fim
e
tem os dias curtos.
Quero
dizer-te
que
quatro olhos vêem melhor,
que
milhões de olhos vendo mais longe,
e que o peso dividido sobre os ombros torna-se
leve.
Quero
dizer-te
que
se te apoiares em mim e eu me apoiar a ti
não podemos cair
mesmo
que a tempestade nos siga em rajadas.
Os
pássaros voam em bandos, cantam em bandos,
um
canto só é lamento e morre no ar.
Não
abaixes os olhos, quero-te amigo á mesa;
e
não é verdade, que sejamos diferentes
estendo-te
os braços e chamo-te de irmão...
Irmão
eu sou e companheiro
dobrado para arrancar os espinhos que
ensanguentam os pés:
irmão e companheiro levantados para rasgar as
nuvens
e
apagar o relâmpago:
irmão e companheiro
Um
não conta,
nascemos
para cantar juntos
e
não deixar um legado de lágrimas repito de lágrimas.
morres
e ficas nadando
no
leito do rio que desagua no mar,
na
cama que conta a história de todos os tempos
E
serão dias como estes: com nascer e sol
os
galos que cantam, as árvores que florescem,
homens
na terra e biliões de estrelas no céu.
Dias
assim: com a luz nas ruas,
as
mesas postas, as crianças brincando,
e o amor nas camas com boca de cordeiro e de
lobo.
Dias
assim: contigo e comigo
com
outros nomes para consultar livros,
experimentar,
julgar os vivos e os mortos
se
eles merecem... se nós merecemos o perdão...
Perdão
pelas guerras em cadeia, pelos massacres
para
Hiroxima queimada,
para
os poetas de tiro.
Perdão
para as câmaras de gás
pela
injustiça codificada,
para
os infames iluminados no paraíso da terra,
para
Cristo na cruz e o carrasco no altar.
Estou-me
confessando
Quem
me absolve?
Quem
te absolve?
História
não,
se
pudermos fazer a paz da guerra,
chorando
alegria,
liberdade
escravidão,
odeio
amor
e
não o fazemos.
Na
história, não
Se
pudermos derrubar as paredes de pedra óssea
que
levantamos todos os dias com as mãos sujas,
tu
e eu, com as mãos sujas, e não o fazemos.
IGNAZIO BUTTITTA
Non mi lasciare solo
Ascoltami, parlo a te stasera
e mi pare di parlare al mondo.
Ti voglio dire di non lasciarmi solo
in questa strada lunga che non fìnisce mai
e ha i giorni corti.
Ti voglio dire
che quattro occhi vedono meglio,
che milioni d'occhi vedono píú lontano,
e che il peso diviso sulle spalle diventa leggero.
Ti voglio dire
che se t’appoggi a me e io mi appoggio a te
non possiamo cadere
nemmeno se la bufera c'insegue a ventate.
Gli uccelli volano a
stormo, cantano a stormo,
un canto solo è lamento e muore nell'aria
Non abbassare gli occhi, ti voglio amico a tavola;
e non è vero mai che sei diverso da me
che allungo le braccia ti chiamo fratello.
Fratello ti sono e compagno
curvato a strappare le spine che insanguinano i piedi:
fratello e compagno alzato a lacerare le nuvole
a spegnere i lampi:
fratello e compagno
se scoppiano i tuoni e trema la terra,
se spunta il sole e l'abbraccia
Uno non fa numero,
siamo nati per cantare assieme
e non per lasciare eredità di lacrime repítío di lamenti.
Si muore e si resta a nuotare
sul letto del fiume che scivola a mare,
sul letto che racconta la storia di sempre
E saranno giorni come questi: con l'alba e il sole
i galli che cantano gli alberi che fioriscono,
gli uomini in terra e miliardi di stelle nel cielo.
Giorni come questi: con la luce nelle strade
le tavole imbandite, i bambini che giocano,
e l'amore nei letti con la bocca di agnello e di lupo.
Giorni come questi: con te e con me
chiamati con altri nomi a consultare libri,
a sperimentare, a giudicare i vivi e i morti
se meritano…se meritiamo perdono.
Perdono per le guerre a catena, per le stragi
per Híroshima bruciata,
per i poeti fucilati.
Perdono per le camere a gas
per l'ingiustizia codificata,
per l'infemo acceso nel paradiso della terra,
per Cristo in croce e il boia all'altare.
Mi sto confessando
Chi mi assolve?
Chi ti assolve?
La storia no,
se possiamo fare la guerra pace,
il pianto gioia,
la schiavítú libertà,
l'odio amore
e non lo facciamo.
A storia no
Se possiamo abbattere i muri di pietra d'ossa
che innalziamo ogni giorno con le mani lorde,
tu e io, con le mani lorde, e non lo facciamo .
da - pensierisinistri.ilcannocchiale.i