quinta-feira, 22 de outubro de 2020

A espiral depressiva - Jorge Castro

A espiral depressiva

 

um BPN

um BANIF

a PPP

ah, patife!

a trapalhada

a chulice

o poleiro

a aldrabice

o lugar fixe

e o povo…

nada é novo:

- que se lixe!

 

um presidente

um governo

um acidente

um inferno

coligação

rés do chão

maioria em demasia

e que a tudo valha o demo!

cá nos sobra o despautério

e mais a desilusão

dos mares da corrupção

que já ninguém

leva a sério

 

uma troika

gasparova

sempre urgente

e homicida

a fazer de seminova

em governo

de saída

de pés p’rà cova

impotente

mas cautela, ó clientela!

também vem aí

a Europa

o FMI

o Obama

a China nova a oriente

essa tropa e essa gente

tão ingente tão ufana

 

que eu bem nos vi

de repente

limpando o fundo

à gamela

e de bandeira

à lapela

num venha a nós

vosso reino

mas primeiro

que em toda a cidade e vila

mesmo à má-fila

e sem treino

matemos nossos avós

que aquilo são empecilhos

e rendem bem mais

os filhos

do que os egrégios avós

 

assim nos vai o país

dos heróis

dos marinheiros

dos caracóis

dos dinheiros

sem apelo e sem agravo

de fados sem marceneiros

mas de grunhos

estremenhos

a não valerem um chavo

sem terem terra

também

nem pai

nem mãe

nem ninguém

que lhes prove

sem rebuço

e comprove

sem senão

qual a dimensão

de um chuço

e correr com eles a nove!

 

 Jorge Castro

17 de Julho de 2013

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