quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

André Luis Alves - III Memória


III

Memória

Shalom izkor,

Não perdoamos,

não perdoámos, não termos sido perdoados.

Vítimas da vítima, topologicamente paralisados, num túnel escuro, onde jaz,

um corredor que visto de cima é na verdade, um toros de espectáculo, arena

acelerador de partículas, ratos da má sorte colonialista, parasita eu, porque nós,

todos espectadores. O mundo. O contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

 

Somos olfacto sem caminho para chegar,

Somos escravos se queremos comer.

Checkpoint Gaza

Checkpoint Charile

Um moeda de ouro em Kazimierz Dolny depois no Gueto d’Opole

Oiço os disparos em Syrets. Conto as estrelas apagadas na História.

Babi Yar, Opus um

Zyklon B, Opus nas estrelas

Dá-me a mag…

 André Luis Alves

  Nasceu em 1987 em Lisboa. Mestre em Engenharia Física pelo IST. Trabalhou em investigação no CERN, Suíça e em Telecomunicações em Lisboa e Roma. Em 2017, deixou o seu trabalho e decidiu ser repórter. Viveu na Ucrânia, Inglaterra e Itália, e viajou pelo Senegal, Marrocos, Turquia e Irão. Publica poesia desde 2015, em várias revistas sobretudo na Apócrifa. Trabalha como fotojornalista freelance para o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF Freelance Photojournalism

 

 


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