sábado, 1 de fevereiro de 2020

SEGREDO - Luís Veiga Leitão

 SEGREDO

Lá, na última das celas
nódoa negra de açoites,
não há dias, não há noites
porque as noites têm estrelas.


Lá, só na sombra que dói.
Sombra e brancura de um osso
que o preso remói, remói
no fundo do seu poço.


Lá, quando o vierem buscar
amanhã, depois ou logo,
terá na alma mais um fogo,
mais uma chama no olhar.



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