quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Mário Cesariny - Liberdade.



Liberdade.

A liberdade conhece-se pelo seu fulgor.
Quatro homens livres não são mais liberdade do que um . Mas são mais revérbero no mesmo fulgor.
Trocar a liberdade em liberdades é a moda corrente do libertino.
Pode prender-se
um homem e pô-lo a pão e água. Pode tirar-se-lhe o pão e não se lhe dar a água. Pode-se pô-lo a morrer, pendurado no ar, ou à dentada, com cães. Mas é impossível tirar-lhe seja que parte for da liberdade que ele é.
Ser-se
livre é possuir-se a capacidade de lutar contra o que nos oprime. Quanto mais perseguido mais perigoso. Quanto mais livre mais capaz.
Do
cadáver dum homem que morre livre pode sair acentuado mau cheiro - nunca sairá um escravo.
Mário Cesariny

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