Dois
poemas breves
Oh Vida, Luta, Amor :
um
instante de pausa em contemplação.
(--
Quantas cruzes em árvore floriram
nos
campos de batalha onde caíram?
Quanta
estátua de sal deixa a saudade
nesta
árdua ascensão da humanidade?)
Suspende-te
um momento só, coração –
quero contar a Dor.
*
Sinistro
bando de corvos
ronda
nossos magros corpos.
Se
algum de nós desfalece
logo
aduncas garras descem.
Piam
na noite agoirentos
medo
espalhando entre as gentes.
Se
algum de nós estremece
logo
negras sombras crescem.
(E
nós cativos por corvos e mistério
neste
cemitério de semivivos!)
Arquimedes da Silva Santos
Seara nova
N.º 1000-1007 | 26 de
Outubro de 1946
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