terça-feira, 18 de junho de 2019

SARAMAGO - Maria do Carmo Campos


A morte de um escritor
ressoa como uma lira
eterna
enquanto as palavras voejam
no fundo da ampulheta.

O mar? A terra?
Quem colherá os restos de José?

Vem o devir.

As cinzas viram espuma
e no ventre das ondas
explodem novas palavras
erguidas num nevoeiro
de sal.


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